1 de dezembro de 2006

Pediu, tomou II

30 de novembro de 2006

Pediu, tomou

São Paulo na mira

As notícias mais importantes do dia do São Paulo estão relacionadas com a Justiça.

A primeira delas se refere a um proprietário de cadeira cativa no Morumbi que precisou buscar ajuda da Justiça para fazer valer o seu direito de utilizar o assento de sua propriedade, que normalmente sempre estava ocupado por outra pessoa. A princípio o São Paulo não deu a devida importância, porém esse descaso começou a sair caro demais para ser ignorado. Hoje em dia o dono da cativa sempre encontra o seu assento disponível, e vigiado para que assim esteja.

Pois bem, desta vez o São Paulo FC é merecedor da crítica. Pois as cadeiras possuem localizações específicas e, portanto, o São Paulo tem a obrigação de zelar para que todas as cadeiras possam ser utilizadas pelos seus verdadeiros donos.

Apesar do São Paulo não mais comercializar as cadeiras cativas porque já foram todas vendidas, elas são revendidas livremente por aí, bastando aos negociantes repassar a propriedade com o conhecimento do São Paulo. O valor de mercado, ainda hoje, varia justamente de acordo com a posição da cadeira. O preço médio de uma cadeira cativa é de R$ 2mil e o proprietário deve pagar uma taxa de R$ 90,00 a cada semestre para o São Paulo.

Na segunda notícia do dia, o Procon ameaça multar o São Paulo com um valor que pode chegar até R$ 3milhões por descumprimento do estatuto do torcedor. Especificamente porque algumas câmeras estavam ausentes ou inoperantes nas catracas do estádio. Essas câmeras serviriam para identificar os torcedores que entram no estádio.

Eu parto do princípio que absolutamente todas as normas do Estatuto do Torcedor devem ser cumpridas, pois elas significam mais conforto e segurança para o torcedor. Porém não dá para ignorar o fato de que o Procon pode ter sido motivado por interesses de autopromoção e que o valor da multa não pode ser exacerbado. Se a multa for aplicada, que seja num valor compatível com o delito.

29 de novembro de 2006

Por um lugar ao sol

Com a debandada geral do time do São Paulo devido a antecipações de férias, suspensões e algumas contusões, muitos reservas terão a derradeira chance de mostrar serviço nesse campeonato e, alguns, no clube.

Por isso mesmo, a impressão de que o Paraná terá algum refresco na sua última oportunidade para garantir vaga para a seletiva da Copa Libertadores é um erro daqueles bem grandes.

O São Paulo quer garantir a melhor defesa do campeonato e Muricy Ramalho já deixou as comemorações no passado. Ele sabe que precisa dar o veredicto final sobre alguns jogadores e todos eles vão tentar fazer por merecer a sua permanência no Tricolor do Morumbi.

Ou mostram resultado ou voltam para o Rio de Janeiro, Santo André, Palmeiras, e por aí. Caio Júnior e sua turma que não se deixem levar pelo otimismo exagerado. Encarar os nossos reservas será a pior coisa que podia acontecer para o Paraná Clube.

Álbum de figurinhas: Luizinho

Foto: Gazeta Press

A história do São Paulo é cheia de detalhes e um dos jogadores que vestiram a nossa camisa se confunde com muitos deles. Luizinho, nascido no Rio de Janeiro em 29/03/1911, não só é um dos maiores pontas da história do futebol Brasileiro como também é um São-paulino desde a raiz.

Além de ter iniciado a carreira no Paulistano, um dos clubes do qual o São Paulo nasceu, ele também estava no primeiro treino do São Paulo da Floresta e permaneceu neste clube até o seu término. Retornou ao São Paulo Futebol Clube em 1942 e foi fundamental para fazer a moeda “cair em pé” a partir de 1943.

Foto: Gazeta Press

Reconhecidamente o melhor ponta-direita do país nos anos 30 e 40, jogou nas Copas de 34 e 38, Luizinho aliava categoria e inteligência tática. Seu apelido era “gerente” pois parecia um técnico dentro das quatro linhas. Dominava todos os fundamentos do jogo. Driblava, passava, arrematava em gol com muita força e cruzava como ninguém. Foi o principal “garçom” de Leônidas da Silva.

Com 96 gols marcados em 135 jogos pelo São Paulo Futebol Clube, Luizinho ostenta a quarta melhor média na história do clube com 0,711 gols por partida. Somados os jogos do São Paulo da Floresta, 145 gols em 221 jogos, sua média cai para 0,656 gols por partida. Ainda assim um número excelente e que o faz figurar como o quinto maior artilheiro por média de toda a nossa história. Conquistou três Campeonatos Paulistas pelo Tricolor, em 1943, 1945 e 1946, e na temporada de 1944 ele anotou impressionantes 27 gols nas 28 partidas que disputou.

A torcida mais feliz do Brasil

28 de novembro de 2006

1 milhão de torcedores, e daí?

O São Paulo atingiu a expressiva marca de 1 milhão de torcedores no estádio do Morumbi durante todo o ano de 2006.

Isso é muito bom se levarmos em consideração que houve um incremento financeiro, que conquistamos o recorde de público no Campeonato Brasileiro, que registramos a partida com o mais torcedores em todo o país na final da Libertadores e que muita gente viu uma temporada muito boa do seu time de coração.

Mas outra característica da relação entre o time e o torcedor São-paulino é que o comparecimento maior só aconteceu ocasionalmente. A Libertadores contou com a presença maciça do torcedor do começo ao fim. Mas no Brasileiro os torcedores só apareceram no finalzinho e no Paulistão, apenas no jogo contra o Santos.

Não, eu não vou dizer que o São-paulino só vai na boa, porque não é verdade. E nem que nossa torcida não apóia o time, porque também é outra inverdade.

Mas para mim é muito claro que o São-paulino parece não gostar muito de futebol. De assistir jogos de futebol. Gostamos da tensão da Libertadores e de uma festa, mas quando o futebol é o único atrativo, poucos comparecem.

Eu selecionei alguns jogos que são emblemáticos desse descaso com o jogo:

1 - São Paulo x Juventus - Campeonato Paulista
Ok, Juventus. Parece estranho mesmo, mas esse jogo foi no feriado do dia 25 de Janeiro. Nesse dia, o São Paulo comemora o dia da sua fundação. Neste ano houve o primeiro Batismo Tricolor e um jogo exibição. Este jogo foi entre um combinado dos times campeões mundiais em 92 e 93 contra um time de ex-estrelas do São Paulo. Estiveram em campo naquela tarde: Leonardo, Pedro Rocha, Neto, Dario Pereyra, Raí e muitos outros. Não tem um monte de gente reclamando porque nunca pôde ver nossos grandes craques ou que o Raí nunca teve um jogo de despedida? Teve tudo isso, eles é que não viram.

2 - São Paulo x Paraná - Campeonato Brasileiro
Este jogo decidia o campeão do primeiro turno. Isso não vale nada, é apenas um título simbólico, mas pelo menos na teoria estavam ali os dois melhores times do campeonato até então. Garantia de bom futebol. E como não poderia ser diferente, foi um bom jogo. O time do Paraná foi um adversário à altura. O time do técnico Caio Júnior atuou com personalidade e competência e foi o time que melhor postura mostrou dentro do Morumbi. E só ganhamos com muito suor.

3 - São Paulo x Boca Juniors - Recopa Sulamericana
Quem são os nossos rivais? Se você pensou em SCCP ou SEP você errou feio. Nossos rivais são os times grandes do planeta. Mesmo perdendo o jogo de ida, nossa torcida deveria ter pelo menos o interesse de presenciar um duelo entre os gigantes do continente. Empatamos o jogo e perdemos o troféu, mas foi um embate à altura dos dois times.

4 - São Paulo x Internacional - Campeonato Brasileiro
Em primeiro lugar era um jogo chave para a caminhada rumo ao título. Em segundo lugar era contra um time de qualidade e o jogo oferecia a atração de bom futebol. E em terceiro lugar era uma oportunidade para descontar a derrota na Libertadores. E foi um bom jogo. Ganhamos com personalidade e calamos a boca dos colorados que compareceram, eles sim, em bom número no Morumbi.

5 - São Paulo x Vasco - Campeonato Brasileiro
O São Paulo não gosta de certos times. O Vasco é um deles e você pode apostar que jogar contra este time, no Morumbi, é garantia de jogão, Alguns anos atrás teve até um incrível 6x4 para nós, mas nesse jogo foi só 5x1 para o Tricolor. Massacramos com direito a golaço (pra mim o mais bonito do ano) de Rogério Ceni. Lembro-me de ter dito para o torcedor que estava ao meu lado na arquibancada: Noite perfeita.

Todo jogo tem uma história e todo jogo pode ser inesquecível; para quem gosta de futebol.

Deu dó

Quando eu soube que você era Palmeirense e que vestiria a camisa verde no seu retorno ao Brasil, eu não fiquei decepcionado. Primeiro porque você honrou a camisa do meu time. E em segundo lugar porque você é uma memória viva da nossa melhor época.

Mesmo não acompanhando sua carreira de perto quando você foi para a Europa, torcia pelo seu sucesso e tinha certeza que você o faria por merecer. E tudo caminhava bem até aquela fatídica partida. Ter a perna quebrada numa jogada violenta foi algo que lamentei bastante. Até porque a Copa de 98 estava logo ali e enquanto muitos não entendiam direito que raio era aquele "1" que o Zagallo falava, eu não só já sabia o que ele queria como sabia quem era o mais capacitado para a função. E de uma maneira ou de outra, você fez falta naquele time.

Veio a recuperação e outra surpresa não muito agradável. Você voltou para jogar no Vasco e acabou até ganhando um complemento de "Paulista" no seu nome; algo que sempre me soou estranho. Mas as coisas voltaram ao seu rumo certo e você até pôde finalmente participar de uma Copa do Mundo. E se dessa vez não foi titular, pelo menos voltou pra casa como campeão.

Portanto mesmo te vendo jogar com a camisa de um grande rival, torço pra que você se dê bem e conquiste o respeito e a admiração da torcida alviverde. O mesmo que eu tenho por você, Juninho.


O texto acima foi escrito há poucos meses atrás e resolvi postá-lo aqui depois de ler o OESP de hoje. Em plena capa do caderno de esportes está um foto do Juninho, desolado com mais uma derrota humilhante.

Ele é um jogador talentoso, tem bom caráter, trabalha duro e não foge da responsabilidade. Seu grande erro foi ter embarcado no Titanic. Muitos merecem estar lá, mas ele não.

Que tenha melhor sorte daqui para a frente, em outro time. Porque este time não te merece.

27 de novembro de 2006

Especialista em faltas


Rogério Ceni é um especialista em faltas. Não, desta vez não estou me referindo a marcar gols de falta. Isso até os cotovelos mais doloridos sabem muito bem. Mas ele se tornou também um especialista em não sofrer gols de falta.

Como terá férias antecipadas, a começar nesta Segunda-feira, já é possível afirmar que durante toda a temporada de 2006 o maior goleiro-artilheiro de todos os tempos não sofreu um golzinho sequer em cobraças de falta.

Para matar a sua curiosidade, o último gol de falta sofrido por Rogério Ceni foi no dia 10/08/2005 numa cobrança do lateral-esquerdo Michel Bastos do Figueirense, em Florianópolis.

26 de novembro de 2006

Chuva, adeus e caneco.

Foto: VIPCOMM

Apesar do campeonato já estar decidido o Tricolor não quis fazer feio perante os mais de quarenta mil torcedores que foram ao Morumbi nesta tarde de Domingo. É verdade que no primeiro tempo o time jogou em marcha lenta e até se deixou ser dominado pelo Cruzeiro nos quinze minutos finais, mas no intervalo o técnico Muricy deu a injeção de ânimo que faltava para a equipe ser mais objetiva. Ânimo este que sobrou nas arquibancadas. A forte chuva que caiu no estádio acendeu os torcedores que fizeram uma belíssima festa.

E a festa nas arquibancadas foi finalmente correspondida dentro de campo. E da maneira que a torcida São-paulina mais gosta. Com gol de Rogério Ceni. O goleiro-artilheiro aproveitou que jogava contra fregueses de carteirinha, o Cruzeiro e o goleiro Fábio, e tratou de anotar o sexagésimo oitavo gol da sua carreira com mais uma cobrança de falta.

Quinze minutos depois, em mais um lance de bola parada, o Tricolor fez o segundo com Fabão. O zagueiro, que assim como Danilo está de saída para o futebol japonês, comemorou o seu gol com bastante entusiasmo. E não é para menos, uma despedida realmente marcante. Pena que Danilo não pôde fazer o mesmo, apesar de ter tentando marcar o seu em várias oportunidades, sendo a melhor delas logo nos primeiros minutos de jogo.

Com o jogo já encerrado as atenções se voltaram para a entrega do troféu oficial do Campeonato Brasileiro e para a medalha que Rogério Ceni, coerentemente, atirou para a geral vermelha. Mais uma volta olímpica, comemoração em cima da trave, festa geral e irrestrita por todo o estádio. Como é bom ser São-paulino.

Foto: Tricolog
Foto: Tricolog

O escudo do São Paulo

Foto: Tricolog

O nosso escudo foi desenhado pelo alemão Walter Ostrich, em 1930, a partir do nome e das três cores definidas pelos fundadores do clube. Walter Ostrich também foi o responsável pelo desenho das nossas camisas. Estes desenhos são especificados, e jamais foram inalterados, no estatuto do clube até os dias de hoje.

As estrelas têm um significado específico. As estrelas douradas nas extremidades representam os recordes mundiais e olímpicos conquistados por Adhemar Ferreira da Silva nas olimpíadas de Helsinque, em 52, e nos Jogos Pan-americanos do México, em 55. Por quê isso? Porque o São Paulo não é apenas um clube de futebol. O São Paulo promove diversas modalidades esportivas e compete em alto nível em várias delas. Adhemar foi um símbolo do sucesso Brasileiro e Tricolor. Já as três estrelas vermelhas ao centro, representam o Tricampeonato Mundial Interclubes conquistado em Tóquio, nos anos de 1992, 1993 e em 2005.

O estatuto do São Paulo FC não permite a inclusão de estrelas por conquistas menores. Campeonatos nacionais, estaduais ou torneios de verão jamais serão representados por estrelas na nossa camisa.

Nas camisas, as únicas alterações permitidas são as adições de “patches” nas mangas, enquanto formos os detentores de determinados títulos ou por motivos especiais. Por esta razão a nossa camisa ostentará, em 2007, o patch de Campeão Brasileiro da CBF.

Com relação às estrelas, existem alguns fatos curiosos. O primeiro é que as estrelas douradas fazem parte dos símbolos oficiais do São Paulo há muito tempo. E as estrelas vermelhas só passaram a integrar oficialmente os nossos símbolos e as nossas camisas a partir do ano 2000. As camisas da temporada de 1999, por exemplo, continham apenas as duas estrelas douradas.

Desde o início de 2006, o nosso escudo foi alterado para incorporar a terceira estrela vermelha. Na minha opinião, a melhor solução estética teria sido colocar todas as estrelas alinhadas sobre o escudo, mas infelizmente optaram pela solução mais fácil.

Como assim solução mais fácil? Porque a terceira estrela gerou a necessidade de alterar todos os impressos, todos os escudos pintados e etc. Só na área social mais de 80 escudos tiveram que ser alterados. Até portas de vidro com o escudo jateado tiveram que receber um "upgrade". Com certeza muito dinheiro foi gasto nessas reformas.

Mas nada que o Tetra Mundial não possa corrigir.

Foto Arte

Foto: VIPCOMM

Nas bancas

Eu já havia comentado aqui sobre a edição de colecionador dedicada ao goleiro Rogério Ceni, mas ao passar hoje pela banca de jornal eu me deparei com a edição especial do Tetra.

Tratei de comprar o meu exemplar por R$ 7,99, ler tudo e guardar no meu baú. É sempre bom guardar lembranças tão especiais. Não é qualquer um que pode ter revistas de campeão Brasileiro, da Copa Libertadores e até do Mundial dedicadas ao seu time de coração. Mas tem alguma coisa errada com essa edição de Placar.

O campeonato ainda não acabou. Faltam dois jogos. Ok, o caneco já é nosso, mas de que adianta ter a revista que conta a trajetória do título mas não contém as fichas de todos os jogos? Eu gostaria de ter todas as referências numa mesma revista e não me importaria em esperar mais duas semanas por isso. Até porque eu duvido que a Placar irá lançar uma edição "definitiva". E se lançarem, eu vou exigir a troca.

Mas voltando à revista, outra coisa que me decepcionou foi a qualidade das fotos impressas. Não sei se o problema foi na pré-impressão ou na impressão em si mas a dosagem de cyan, magenta, amarelo e preto está claramente fora de ajuste ideal. E as fotos das campanhas de 77, 86 e 91 estão muito ruins, granuladas, péssimo trabalho de pré-produção. E como se não bastasse tudo isso muitas fotos estão repetidas. O leitor habitual de Placar irá notar que as edições especiais contém muitas fotos já publicadas anteriormente. Fotos inéditas seriam muito melhores.

Não sei se a pressa para fazer dinheiro ou o medo da concorrência seja o resultado de todos os problemas citados acima, mas o fato é que a revista Placar não parece ser mais a mesma.

Seguem algumas imagens das edições de colecionador:


Fotos: Tricolog