27 de setembro de 2007

São Paulo 1 x 0 Boca Juniors

Foto: VIPCOMM

Noite fria, Morumbi fervendo. O jogo que no ano passado levou pouco mais de vinte mil torcedores ao estádio desta vez teve o público adequado ao seu tamanho. Quase quarenta e sete mil pessoas literalmente empurraram o São Paulo para a fase de quartas de final da Copa Sul-Americana.

O jogo seguiu um script pré-definido desde a partida de ida no bostero. O time portenho entrou em campo para gastar o tempo e especular uma ou outra chance de gol enquanto que os brasileiros iriam para o tudo ou nada.

Só que desta vez contávamos com uma equipe mais sólida na defesa e bastante aguerrida em todos os setores do campo. E como se não bastasse, o preparo físico dos locais seria parte fundamental da vitória. A arma que vem arrasando os adversários no torneio nacional também mostraria o seu valor na Sul-Americana.

Na parte tática, Muricy acertou mais do que errou. O retorno de Jorge Wagner à lateral e de Richarlyson à posição de volante devolveu a consistência ao setor. A manutenção do improdutivo Hugo no banco foi talvez o maior acerto do técnico, que preferiu colocar Leandro no meio com Dagoberto e Borges fixos no ataque.

Todavia Leandro não conseguia fazer a ligação com os atacantes e o time voltava a esticar a bola para os atacantes. Nessas jogadas, Dagoberto conseguiu arrancadas que deixaram os seus companheiros com boas oportunidades para marcar por duas vezes. O gol não saíra na primeira etapa, mas o São Paulo conseguia parar o adversário e levar um certo perigo ao seu arqueiro.

Na volta do intervalo Muricy deu um xeque-mate ao colocar Aloísio no lugar de Borges. O Alagoano, que acredito ser um daqueles jogadores predestinados a brilhar nos momentos mais importantes, precisou de menos de dez minutos para marcar um golaço e fazer a torcida explodir em alegria.

Do momento do gol até o final do jogo foi a vez do sistema defensivo Tricolor brilhar. Conforme o script, o adversário mudou seu ritmo de jogo e agora saía desenfreadamente para o ataque a fim de marcar o gol que lhe daria o empate e a classificação.

O problema deles era que Miranda, Alex Silva, Breno, Richarlyson, Hernanes e todo o time do São Paulo deu um show de marcação e dedicação. E o estado físico dos brasileiros naquele momento era visivelmente superior. Atuando de maneira compacta e bastante determinada, o São Paulo ofereceu apenas um chuveirinho para o inimigo e todas as suas tentativas foram devidamente rechaçadas pela nossa defesa.

No script do São Paulo, o time marcaria o gol que precisava e garantiria o resultado até o final da partida. Conseguimos seguí-lo à risca mesmo com a entrada de Hugo no Lugar de Leandro. A torcida vibrava a cada chutão, carrinho e a cada vez que Aloísio usava de malandragem para gastar o tempo e enervar os milongueiros famosos. O time fez a sua parte e verdadeiramente mereceu o resultado final.

No Morumbi, quem manda é o São Paulo.


Ficha técnica: São Paulo 1 x 0 Boca Juniors

Local: Estádio do Morumbi, em São Paulo (SP)
Data: 26 de setembro de 2007, quarta-feira
Horário: 21h45 (de Brasília).
Renda: R$ 854.710,00
Público: 46.757 pagantes (149 não pagantes)
Árbitro: Carlos Chandía (Chile)
Auxiliares: Enrique Osses e Rodrigo González (ambos do Chile)
Cartões amarelos: Breno, Jorge Wagner e Richarlyson (São Paulo); Paletta, Battaglia, Palermo e Gracián (Boca Juniors)
Gols:
SÃO PAULO: Aloísio, aos oito minutos do segundo tempo.

SÃO PAULO: Rogério Ceni; Alex Silva, Breno, Miranda e Richarlyson; Hernanes, Souza, Jorge Wagner e Leandro (Hugo); Dagoberto (André Dias) e Borges (Aloísio)
Técnico: Muricy Ramalho

BOCA JUNIORS: Caranta; Ibarra, Maidana (Krupoviesa), Paletta e Morel Rodríguez; Ledesma, Battaglia (Cardozo), Dátolo e Gracián (Bueno); Boselli e Palermo.
Técnico: Miguel Angel Russo

Roberto Dias eterno

Faleceu ontem, dia 26 de Setembro, um dos maiores ídolos de todos os tempos do São Paulo FC. Roberto Dias, ou simplesmente Dias, foi um verdadeiro craque. Possuía técnica, habilidade, raça e acima de tudo muita dedicação à camisa São-paulina.

Durante os anos de 1960 e 1973 ele jogou 523 partidas e anotou 76 gols pelo São Paulo. Mais do que isso, "seu" Dias, como era carinhosa e respeitosamente chamado na área social, continuou a se dedicar de corpo e alma ao São Paulo, como professor de futebol até a última Terça-feira.

Todos os torcedores de todos os times devem gratidão àqueles que honraram suas camisas. Para alguns mais, para outros menos. No caso dos São-paulinos e Roberto Dias, mais. Muito mais.