10 de março de 2007

O Rei

Relembrando II - O detalhe

Relembrando I - O massacre

9 de março de 2007

São Paulo 2 x 1 Guaratinguetá

Foto: Wander Roberto/VIPCOMM

Já preparando a equipe para o próximo jogo contra o Santos na Vila Belmiro, o técnico Muricy Ramalho optou por modificar a equipe que vinha jogando até então para o embate contra a recém-chegada equipe de Guaratinguetá. Além dos jogadores que cumpriam suspensão, o polivalente Leandro e o volante Josué, convocado para a Seleção Brasileira, deram lugar na equipe para Fredson e o estreante da noite, Jorge Wagner.

Todavia o esquema montado começou a ruir ainda no primeiro tempo. O meia Lenílson havia sido escalado no ataque e não conseguia achar seu espaço jogando ao lado de Aloísio. Como conseqüência disso, o jogador teve nova atuação apagada e o Tricolor não conseguia levar muito perigo à meta adversária.

Pior ainda, num escanteio conquistado pelo Guará, nossa zaga ficou parada e Dinei fuzilou a meta de Rogério Ceni com uma cabeçada indefensável. Ninguém contava com isso. E Muricy ainda via o seu time atuar de maneira ignóbil o tempo todo.

Como tudo que está ruim pode piorar, o estreante Jorge Wagner sentiu uma contusão e deu lugar a Marcel. Lenílson foi recuado para o meio de campo e continuou sem produzir nada. Lá na frente Aloísio e Marcel permaneciam imóveis à frente dos zagueiros adversários, quando não trombavam entre si na busca do mesmo espaço. Aparentemente os dois terão muitos problemas em atuar juntos.

Foto: Tricolog

Depois da chamada geral no intervalo, o São Paulo foi para cima do adversário no segundo tempo. Mas faltava movimentação e atitude para buscar o empate. Nossos laterais não apoiavam com qualidade, especialmente o desinteressado Junior, e os nossos atacantes sequer conseguiam reter a bola.

Em muitos momentos ficou evidente a falta que Leandro fez ao time. Suas características de muita movimentação e abertura de espaços na defesa adversária foram sentidas como nunca nessa partida. Sem ele, o São Paulo patinava e não saía do lugar.

Só que quando tudo parecia apontar para a primeira derrota depois de mais de 31 jogos de invencibilidade, apareceu aquele jogador que não se deixa abater jamais. Souza, o mais versátil jogador do nosso elenco, não se omitiu em campo. Pelo contrário, foi o jogador que mais atitude e importância teve no jogo desta noite. Num contra-ataque em que a equipe adversária deu espaço para ele avançar com a bola, o meia tricolor meteu um chute de longe bem no cantinho do gol defendido pelo bom goleiro Edson; que já havia operado um milagre no primeiro tempo. O novo placar de 1x1 trouxe uma injeção de gás nos jogadores e na torcida, que já dava claros sinais de impaciência.

Aproveitando uma contusão em André Dias, Muricy acabou com o seu 3-5-2 e colocou Rafinha para tentar o segundo gol. Ainda insatisfeito com a atuação da equipe, mandou Lenílson para fora e promoveu a re-estréia de Hernanes no time Tricolor. Ambos demonstraram falta de entrosamento com o resto da equipe, mas pelo menos foram pra cima do Guará e deram novo ritmo ao jogo.

Como o futebol de hoje é muito disputado e equilibrado, eu sempre cobro dos nossos jogadores e do nosso técnico que as jogadas de bola parada sejam bem executadas. É a maneira mais fácil de marcar contra qualquer time. Depois de um começo de temporada muito ruim neste fundamento, Souza retomou a qualidade demonstrada no Brasileirão do ano passado e mais uma vez foi o principal instrumento para a nossa vitória. Já nos minutos finais do segundo tempo, ele cobrou um escanteio na medida para o atacante Marcel marcar o seu primeiro gol com a camisa Tricolor e determinar a tão desejada virada para a vitória.

O São Paulo segue invicto e determinado para o jogo que deve definir o primeiro colocado do campeonato Paulista, mas ciente de que o jogo de hoje trouxe muito mais dúvidas do que certezas.


Ficha técnica: São Paulo 2 x 1 Guaratinguetá

Local: Estádio do Morumbi, em São Paulo (SP)
Data: 8 de março de 2007, quinta-feira
Horário: 20h30 (de Brasília)
Renda: R$ 76.478,00
Público: 6.491 pagantes (10 não pagantes)
Árbitro : Claudinei Forati Silv a
Assistentes: Marcio Luiz Augusto e Osny Antonio Silveira
Cartões amarelos: Carlinhos (Guar), Vandinho (Guar), Aloísio (SP), Ilsinho (SP) e Rafinha (SP)
Gols :
SÃO PAULO: Souza, aos 18, Marcel, aos 38 minutos do segundo tempo.
GUARATINGUETÁ: Dinei, aos 21 minutos do primeiro tempo.

SÃO PAULO: Rogério Ceni; Alex Silva, André Dias (Rafinha) e Edcarlos; Ilsinho, Fredson, Souza, Jorge Wagner (Marcel) e Júnior; Lenílson (Hernanes) e Aloísio
Técnico: Muricy Ramalho

GUARATINGUETÁ: Edson Bastos; Nelsinho (Geovane), Carlinhos, Rafael Pedro e Júnior; Tobi, Célio, Alê e Michel (Leandro); Vandinho (Caetano) e Dinei
Técnico: Toninho Cecíli

8 de março de 2007

Bom e ruim

Josué e Ilsinho foram convocados por Dunga para os próximos amistosos da Seleção Brasileira.

Por um lado, a boa notícia é que o lateral Ilsinho será valorizado. Isso pode, no futuro, gerar mais receita para o São Paulo numa eventual negociação com um clube Europeu.

Por outro lado, pela mesma valorização, a renovação de contrato do volante Josué pode se complicar.

Os jogadores estão felizes. A Diretoria São-Paulina, nem tanto.

7 de março de 2007

Obrigado, André Luiz Torresani

Ontem foi anunciada a punição ao gandula André Luiz pelos acontecimentos no jogo São Paulo 3 x 1 SCCP. Infelizmente o rapaz foi suspenso pelo TJD em 900 dias e teve o seu contrato de trabalho com o São Paulo rescindido.

Efetivamente, o que aconteceu no jogo é que ele se recusou a entregar a bola a um jogador adversário por ele estar postado muito à frente do local de onde a bola havia saído em lateral. Ele acabou jogando a bola para trás, para onde o lateral deveria ser cobrado. Imediatamente o jogador adversário reclamou e o árbitro Paulo César Oliveira o expulsou de campo.

Revoltado com a injustiça e a irregularidade do lance, o gandula fez gestos de desdém ao árbitro e voltou-se para a torcida. Com mais alguns gestos, incitou o torcedor São-paulino contra o árbitro e saiu de campo.

Na condição de testemunha ocular do ocorrido, afirmo que faltou ao gandula um pouco de bom-senso e maturidade. Mas não posso negar que o ato que gerou sua expulsão estava absolutamente correto. Minha lamentação é porque ele pagou por ter agido conforme manda a regra.

É bom que saibam que absolutamente todos os gandulas que trabalham no Morumbi, nos jogos do São Paulo, são tricolores fanáticos. Todos eles querem participar e cooperar com o São Paulo de alguma maneira. As vagas para esta função são poucas, muito concorridas e ainda existe um rodízio entre eles para serem escalados a cada partida.

Invariavelmente, são torcedores com boa formação educacional e possuem emprego fixo. Ser gandula não é um trabalho. É como um "prêmio" para estes rapazes. Eu conheço um deles, na época um estudante de administração de empresas, que de dia era executivo de uma multinacional e de noite fazia a reposição de bola para os nossos jogadores. O que ele ganhava com isso era irrisório, mas o que isso lhe trazia de satisfação pessoal era incomensurável.

Portanto fica aqui o meu agradecimento ao gandula e sinto não poder fazer mais do que publicar a verdade sobre os fatos. A arquibancada lhe aguarda com muito respeito e carinho.