11 de maio de 2007

Balanço preliminar

As recentes eliminações no Campeonato Paulista e na Taça Libertadores foram um grande banho de água fria em toda a nação Tricolor. A expectativa para esta temporada era muito grande e muito pouco saiu como planejado.

Toda derrota ensina uma lição. Somente os tolos ignoram as evidências de falhas e não conseguem atingir um patamar superior a partir dos dissabores que a vida apresenta. Se houve uma clara evolução no time e na mentalidade da Diretoria Tricolor a partir de 2003, este é o momento de refletir sobre como dar outro salto acima a partir do que possuímos e somos hoje.

Me atrevo a fazer um pequeno exercício sobre onde erramos e onde ainda podemos melhorar. Vamos a ele:

- Comissão técnica
Não há um consenso entre torcedores e conselheiros quanto à manutenção de Muricy Ramalho como técnico da equipe. Na verdade, a maioria acredita que ele deve ser substituído.

Eu acredito no contrário. Além de ser competente, não existem alternativas interessantes no mercado. Alguns nomes ventilados, tal como Abel Braga, Leão, Paulo Autuori, Renato Gaúcho e Cuca, me soam como piadas de mal gosto. É difícil acreditar que São-paulinos de verdade possam clamar por um desses nomes como provável solução. Há que se analisar os resultados e métodos de cada um e até lembrar o que alguns fizeram ou deixaram de fazer no próprio São Paulo.

O problema de Muricy é que ele, como todos nós, não é infalível. Ele cometeu alguns erros, mostrou algumas teimosias, indicou contratações que se mostraram equivocadas e efetivamente não conseguiu montar uma equipe tão boa quanto se esperava.

Torço para que ele abandone alguns paradigmas em relação ao Hugo, Jadílson, Ilsinho, Souza, Hernanes, André Dias, Leandro, Aloísio, Jorge Wagner e outros. Que ele tenha mais perspicácia para enxergar quais jogadores rendem mais do que os outros, e que monte o melhor time possível a partir disso, e não a partir de convicções pré-estabelecidas.

Esqueçam o tal do "padrão de jogo" que os jornalistas "especializados" volta e meia utilizam para enaltecer ou criticar um técnico de futebol. Time bom é aquele que marca gols e não sofre gols independente de jogar em 4-4-2, 3-5-2, 4-6-1, com time titular, reserva ou isso ou aquilo. Por mais idiota e óbvio que isso pareça, é o objetivo primordial de um time que se propõe a ser vencedor. Então vamos trabalhar para montar um time eficiente. Tal qual possuíamos até outro dia.

- Jogadores
Quem acompanha este blog já percebeu há muito tempo que eu não deixo de creditar os devidos elogios e críticas aos jogadores, nas vitórias e nas derrotas.

Muitos jogadores não têm jogado bem. Poucos podem ser citados como livres de crítica. Estes são: Hernanes e Josué. Todos os outros deixaram a desejar em maior ou menor grau. Os piores, sem nenhuma dúvida foram: Hugo, Souza, Jadílson e Ilsinho. Justamente os que mais jogaram e os mais importantes para a criação de jogadas de ataque. Os resultados obtidos pelo time até aqui dispensam maiores explicações.

Vou me abster, entretanto, de comentários sobre motivação e acomodação. Não consigo assimilar qualquer pensamento com relação a estes fatores em se tratando de futebol profissional e São Paulo Futebol Clube.

- Diretoria
O atual presidente Juvenal Juvêncio foi o principal responsável pela montagem dos times que ganharam os últimos títulos para o São Paulo. Sua perspicácia deve ser exercitada outra vez para trazer bons reforços e também a fim de vender alguns jogadores para outros clubes.

No mais, a Diretoria não é merecedora de muitas críticas pois ofereceu os melhores recursos para a comissão técnica e para os jogadores. E fora das quatro linhas vêm dando um verdadeiro banho na concorrência, em especial através do departamento de marketing.

- Torcida
A torcida São-paulina está decepcionando bastante nesta temporada. Além da baixa presença no estádio em todas as competições disputadas até aqui, a venda de produtos oficiais caiu bastante em relação ao mesmo período do ano passado e até o programa de Sócio-Torcedor não está atraindo muitos novos associados.

Que essa aparente acomodação seja apenas passageira.


A temporada ainda não acabou. Ainda temos a chance de corrigir os erros cometidos até aqui. E para tanto, precisamos nos unir e trabalhar com paixão, competência e muita dedicação.