12 de fevereiro de 2007

A soberba São-paulina

Num churrasco regado a bastante cerveja, eu cometi o erro de prometer uma camisa da MSI para o meu pai. Felizmente eu escapei da maldição branco e preta ainda quando pequeno, mas meu momento de compaixão acabou me colocando numa situação inusitada acerca de duas semanas atrás.

Aproveitei que estava numa loja de esportes e fui conferir umas camisas do “timão” que estavam em liquidação. Olha daqui, olha de lá, o preço estava uma barbada, mas minha mente não assimilava a idéia de comprar aquele objeto em público. Com que cara eu voltaria àquela loja?

Eis que aparece um garotinho com seus nove ou dez anos ao meu lado. Ele estava olhando para as camisas do São Paulo, que estavam logo ao lado, e também vestia uma camisa do Tricolor. Putz, pensei comigo, esse moleque vai pensar que eu sou corintiano.

Percebi que ele me olhava e voltei me para ele. Com um ar de superioridade muito maior do que o seu 1,10M de altura sugeria, ele olhou nos meus olhos e balançou a cabeça em desaprovação. Fiquei sem reação, estava sendo ridicularizado por um torcedor do meu time.

Eu estava segurando uma das camisas alvinegras e olhei para ela. Decidi explicar a minha situação para o pequeno grande metido à besta torcedor do Tricolor, mas ele saiu correndo em direção à sua mãe e me deixou sozinho. Ainda com a camisa nas mãos.

Imediatamente após o acontecido, larguei a camisa na arara e fui embora. Espero que aquele garoto não me reencontre nunca mais.