27 de dezembro de 2006

Adeus, 2006

Foi um bom ano para o torcedor São-paulino. Pudemos usufruir a condição de campeão do mundo e ainda fechamos o ano com mais uma conquista representativa. Durante toda a temporada, o São Paulo foi competitivo e deixou bem claro que possuía o melhor grupo do país. Porém esse favoritismo acabou não prevalecendo totalmente.

Alguns dizem que o campeonato Paulista foi perdido porque o time prescindiu da pré-temporada bastante reduzida por causa da disputa do Mundial no Japão. Já eu vi no Morumbi um título perdido pela falta de um gol. Seja contra o Juventus ou contra o Noroeste, um simples gol teria sido suficiente para ficarmos com o troféu. Sou testemunha de que nesses jogos as coisas não foram muito bem. Aqueles dias em que nada dá certo.

Mas foi justamente nesse período em que o time apresentava o seu melhor futebol. O ataque estava indo muito bem e não tivemos muita dificuldade para bater, bastante, nos nossos rivais.

Mas a Libertadores já estava pegando fogo quando o Paulista foi definido. Neste ano nós fomos derrotados no Morumbi. O tabu que já durava muitos anos foi quebrado pelos mexicanos do Chivas. Uma audiência enorme viu o Tricolor perder para um time que aproveitou muito bem as suas poucas oportunidades.

Derrota sentida, brios agitados, o time voltou a ganhar e despachou seus oponentes até a final, incluindo os mesmos mexicanos de antes, que foram sumariamente eliminados na fase semifinal. Tudo ia muito bem até que Mineiro fosse abatido pelo jogador do Inter e o Josué perder a cabeça e dar uma cotovelada que lhe custou um cartão vermelho. Perdemos em casa novamente. A finalíssima disputada na casa do adversário nos reservou um empate e assim perdemos o troféu mais desejado do ano. Naquela noite, a sorte não estava do nosso lado.

Contra o Boca Juniors, pela disputa da Recopa, não foi sorte o que nos faltou. O time foi muito mal na partida de ida na Argentina. No Morumbi, ficamos num empate, sem muita vontade de ganhar e sem a dedicação necessária para tal. Talvez seja por isso que o Rogério Ceni tenha atirado sua medalha. Talvez ele soubesse exatamente o que faltou para receber a medalha de ouro e não quis guardar nenhuma lembrança daquilo.

No início da temporada havia um desejo muito grande do time voltar a vencer o nacional. E esta tarefa foi cumprida sem ressalvas. Do início ao fim do torneio, o São Paulo deu as cartas e não deixou dúvidas de que era o melhor time do país.

Mesmo fazendo quase quarenta jogos, o time permitiu apenas quatro derrotas, sendo duas delas com o time reserva durante a disputa concomitante com a Libertadores e pelo menos uma sob forte influência de arbitragem desfavorável. Dentro ou fora de casa o Tricolor foi implacável e mesmo antes da competição acabar, todos já davam como certa a conquista que acabou se confirmando para a alegria dos torcedores.

O que também não será esquecido foi o acidente que envolveu dois jogadores do São Paulo. Foi um acontecimento trágico que resultou em mortes e seqüelas irreversíveis e que teve grande impacto no grupo.

O que se viu na mídia durante todos esses meses foi uma grande exposição positiva do São Paulo. A começar pela condição de campeão do mundo até à maneira tranqüila e profissional com que as coisas são conduzidas na Barra Funda, todos os veículos de mídia só enalteceram o time e a diretoria. Fiquei até cansado de tantos elogios e tenho certeza de que os outros torcedores andam irritados com o São Paulo de tanto que o nosso time foi bem comentado pela imprensa esportiva. Ficou até chato.

Além das lições que tomamos dentro de campo, vimos o quanto é importante e viável investir em marketing para fidelizar e conquistar mais torcedores. Algumas ações acabaram saindo do papel e foram bem recebidas pelo público alvo. Do Batismo Tricolor ao DVD, a receptividade da torcida se revelou um forte estímulo para que outras ações se concretizem no futuro.

Afinal, como eu disse, foi um bom ano. Mas que seja apenas uma amostra do que vem por aí em 2007.

Confira amanhã a retrospectiva do elenco tricolor.