3-5-2 x 4-4-2
Muricy Ramalho é uma pessoa que arregaça as mangas e coloca a mão na massa. Não houve uma só palavra dita e não cumprida pelo técnico tricolor. Desta vez ele começou a sua batalha contra o 3-5-2. Sistema de jogo que ele considera longe do ideal, potencial ameaça à formação de jogadores e modelo bastante criticado por ele nos últimos meses.
Numa visita ao CCT de Cotia ele sugeriu que as divisões de base utilizassem o 4-4-2 numa tentativa de padronizar a formação das pratas da casa, facilitar as adaptações dos jogadores nas mudanças de categorias e para que ele eventualmente possa montar seu time de uma determinada maneira com esses jogadores.
Sua maior preocupação é que o 3-5-2 prejudica a formação de dois tipos específicos de jogadores. O lateral e o meia de ligação. No sistema com três zagueiros os laterais passam a ser alas, fazem parte de meio de campo e não formam, fundamentalmente, a composição da defesa. Sua função básica é formar o meio de campo e atacar. Para Muricy, o lateral deve fazer parte do sistema defensivo e o time não pode contar com apenas um meia.
A mudança para o 4-4-2 é uma redistribuição de forças. Mesmo perdendo um zagueiro, o time ganha dois laterais para a defesa. O zagueiro eliminado torna-se um meia, fazendo com que o meio de campo mude da composição de um meia, dois volantes e dois laterais para dois meias e dois volantes. Na teoria o time fica mais equilibrado e ganha mais um jogador com a função de alimentar o ataque.
Quando retornou ao Morumbi no início desse ano, Muricy encontrou um time acostumado e acomodado com o 3-5-2 desde 2003 e cujas categorias de base também adotam o mesmo sistema.
Será uma longa e árdua tarefa, mas o resultado será recompensador.
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